quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Glúten e Doenças

Voltei a pesquisar algumas coisas sobre o glúten e achei dois artigos interessantes... colei aqui embaixo na íntegra:


"Glúten vira cola no intestino e provoca diversas complicações"

Foto de alimentos que contém glúten

O inimigo de quem busca uma vida saudável está no pão, no bolo ou na cerveja. É o Glúten – uma substância encontrada no trigo, no centeio, na aveia e na cevada. Segundo médicos e especialistas, ao chegar no intestino o glúten transforma-se em uma espécie de cola grudando nas paredes intestinais. Com o passar do tempo, provoca saturação do aparelho digestivo, aumento da gordura na região do abdome, dores articulares, alergias cutâneas e depressão.

Muito desses problemas de saúde são em decorrência na mudança de cardápio dos brasileiros que passaram a comer em excesso alimentos ricos em glúten como pães, biscoitos, macarrão e bolos. Hoje até queijos embutidos vem com a substância. A nutróloga Clara do Brandão, do Ministério da Saúde, alerta para a criação de uma soberania alimentar. “Mandioca, milho e arroz no lugar do trigo importado, que faz tanto mal a saúde”, disse.

O corpo responde de diversas maneiras: obesidade, síndrome de resistência à insulina, deficiência de cálcio, alergias, diarréias e doenças auto-imunes. O nutrólogo João Curvo conta que os chineses consideram o excesso de glúten sinal de má higiene interna já que o metabolismo emperra, favorecendo bactérias que gostam de calor e estagnação.

A dieta sem glúten é moda nas academias pois o emagrecimento e a redução de gordura na área abdominal é comprovada. Muita gente está incluindo na alimentação pães de aipim e de milho, macarrão de arroz e cookies de soja. O nutricionista Leonardo Haus está recomendando a dessensibilização ao glúten. Trata de um período de três meses no qual não se pode comer os quatro cereais que contêm o glúten - trigo, centeio, cevada e aveia. “A idéia é uma reeducação alimentar. Você pode comer um pãozinho mas o excesso pode alterar todo o seu metabolismo, baixar a imunidade do organismo e levar doenças. Mas é bom lembrar que nem todo obeso tem essa intolerância alimentar”, explica.

Intestino sem glúten produz serotonina e gera alegria é a afirmação de especialistas da área nutricional. As dificuldades no começo da dieta podem aparecer por isso uma boa dica para ter o sucesso esperado é a ingestão constante de frutas, que além de leves são nutritivas e de baixa caloria. Outro fator importante é procurar no mercado alimentos produzidos com boa qualidade.

Pessoas alérgicas aos efeitos do glúten estão agindo de maneira mais radical e submetendo-se a colonterapia. Um procedimento de lavagem do intestino grosso que faz circular de 40 a 50 litros de água provocando uma limpeza geral. Um dado interessante: os alimentos em geral levam 18 horas da mastigação até a eliminação pelo reto. Alimento com o glúten leva 26 horas. Consumido em excesso vai retendo cada vez mais toxinas no organismo e promovendo a disbiose, que é a alteração da flora normal, com fermentação e retenção de líquidos. Podendo ocorrer uma série de doenças articulares, auto-imunes e depressão. Depois da colonterapia, o intestino volta a produzir o neurotransmissor da alegria – serotonima.

Ainda existem casos que as pessoas tem uma intolerância genética ao glúten, os celíacos. Pesquisas indicam que um em cada 300 brasileiros são portadores da doença. O diagnóstico é difícil pois é uma doença pouco conhecida no Brasil. Se o glúten é estritamente proibido para os celíacos, as pessoas que não sofrem do problema não precisam ser tão radicais. Comer um pãozinho de vez em quando está liberado.

Problemas relacionados ao consumo de glúten:

· Intolerância alimentar:
o glúten é uma cola que adere as paredes intestinais e vai bloqueando o funcionamento do intestino. Os primeiros sintomas são intolerância alimentar, desconforto abdominal, gases e retenção de líquidos.
· Obesidade: Com o metabolismo lento não se processa devidamente os alimentos tendo como conseqüência o acúmulo de gordura abdominal.
· Intoxicação e enxaqueca: o metabolismo estagnado dificulta a eliminação das toxinas elevando o risco de doenças como dores de cabeça e enxaquecas.
· Açúcar: Como o glúten é aliado do açúcar, seqüestrador do cálcio, aumentam os riscos de osteoporose, cáries, ranger de dentes, insônia, hipertensão e colesterol alto.
· Baixa imunidade: afeta o sistema imunológico favorecendo doenças auto-imunes.

Principais doenças Auto-Imunes:

Artrite reumatóide:
o alvo de ataque são os tecidos que revestem as articulações. Os principais sintomas são dores nas juntas, inchaço e sensação de rigidez nas articulações pela manhã. Atinge principalmente os dedos das mãos, punhos, joelhos, tornozelos e pés. A dor é simétrica, acomete os membros do lado direito e esquerdo.

Esclerose múltipla:
o sistema imunológico causa lesões neurológicas graves e progressivas. Ao longo do tempo, a pessoa tem problemas de coordenação motora, redução da capacidade de visão e alterações na percepção sensorial. Entre outros sintomas, estão a sensação de cansaço, fraqueza nas pernas e problemas de memória.

Esclerodermia:
os danos acometem as células que produzem o colágeno, substância que torna a pele elástica e que também está presente nas articulações. A doença atinge ainda pulmão, esôfago e rins. Entre os sintomas, estão o endurecimento da pele, aumento da sensibilidade dos dedos ao frio associado a dor e mudança em sua coloração (podem ficar brancos, azuis ou vermelhos).

Dermatite atópica
: é uma inflamação cutânea crônica, clinicamente e histologicamente similar à dermatite de contato alérgica. Ela pode iniciar-se qualquer idade mas tem ocorrência em crianças (10 a 15%). São identificados pelo menos dois sub-tipos de dermatite atópica: um intrínseco (não-mediado pela IgE) e um extrínseco (mediado pela IgE). Isto desperta uma discussão sobre o papel dos alergenos como fatores desencadeantes da dermatite atópica, principalmante em crianças, onde o sub-tipo não mediado pela IgE prevalece.

Foi realizado uma revisão bibliográfica com enfoque em estudos
in vitro e in vivo realizados recentemente e relacionados com a fisiopatologia da doença. Os resultados mostram uma síndrome complexa que envolve diferentes estágios, iniciando pela forma intrínseca, evoluindo para a forma extrínseca e culminando com a forma auto-alérgica/auto-imune. (Referências: Allergy Clin Immunol Int: J World Allergy Org).

Diabetes mellitus:
é conhecida por diabete juvenil ou do tipo 1, pois seu diagnóstico ocorre na infância. É causada pela destruição auto-imune das células do pâncreas que secretam insulina. Sinais de alerta: sede excessiva, desejo freqüente de urinar, ganho de peso e cansaço.

Doença de Graves e tireoidite de Hashimoto:
doenças auto-imunes da tireóide que causam sintomas distintos. Na doença de Grave, os anticorpos causam o hipertireoidismo, que deixa o paciente mais ansioso, com palpitações e tremor nas mãos, redução de peso e dificuldade de concentração. Na tireoidite de Hashimoto, a destruição na glândula tireóide causa o hipotireoidismo. Sintomas: cansaço, intolerância ao frio, depressão, ganho de peso, constipação e fraqueza.

Lúpus eritematoso:
erupções avermelhadas se desenvolvem na face durante a doença. Pode atingir vários órgãos, incluindo o sistema nervoso central, os rins e o coração. Entre os sintomas, estão dor nas juntas, sensação de cansaço, anemia, rachadura na pele após exposição ao sol e depressão.

Psoríase:
provoca alteração na multiplicação das células da pele, que se inflama. Surgem, então, placas avermelhadas principalmente no cotovelo, no joelho, no couro cabeludo e nas costas.

Vitiligo:
provoca dano na produção de melanina, pigmento que dá cor à pele. O resultado disso são manchas brancas na superfície da pele, que podem aumentar com o tempo. Em alguns casos, ocorre estabilização.

Síndrome de Sjögren:
o sitema imunológico provoca alterações nas glândulas lacrimais e salivares e nas mucosas do nariz, da vagina e do pulmão. Como conseqüência, o organismo parece secar. Sintomas: sensação de secura, redução da saliva, cansaço e inflamação pulmonar.

Doenças crônicas intestinais:
as células de defesa se voltam contra o intestino, deixando a pessoa mais suscetível a inflamações. Sintomas: diarréia crônica, dor abdominal, náusea, cansaço, perda de peso, úlceras e dor nas articulações.

Doença celíaca:
o dano é no intestino delgado e interfere na absorção de vitaminas. O paciente fica proibido de consumir glúten. Sintomas: dor e inchaço abdominal, diarréia crônica, perda de peso, anemia, gases, perda óssea, cansaço, depressão e dor nas articulações.

[Fonte: Márcia Cezimbra do O GLOBO, Rio sem Glúten]

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